Falta-me a escrita!

Sinto falta da escrita.
Aqui e ali, pensando e rabiscando aquilo que vai passando.
Trazendo os afectos ao cimo do maior iceberg que criei até agora. Do teu, do meu, de todos os icebergs que andam por aí. Todos temos icebergs. Uns a descoberto. Os outros, maiores abaixo do nível da sanidade e menores na sua parte superior, visível.

Sinto falta da escrita.
De derreter os afectos congelados e evaporá-los daqui para fora. Para outro lugar onde se transformem em chuva e possam tornar outras paragens mais férteis, porque deste gelo que se formou, sem transformá-lo, liquidá-lo para evaporá-lo, nada pode nascer.

Pensava eu que a escrita não sentia a minha falta.
Mas ninguém mais fala de evaporação de icebergs. Usam aquela palavra cara para nada dizer, quando a palavra mais simples diz tanto ou mais, sem querer parecer.
Sim. Perdoem-me por dizê-lo mas a escrita também sentiu a minha falta.

Sinta ou não falta dela, preciso da escrita para meu aquecimento, para evaporamento de um pouco deste iceberg feito de sentimento.

Faltava-me a escrita. Já não falta... ela veio por finn!