12/04/2008

Os cordeiros de Deus

A Mariana tinha 69 anos.
A Mariana estava de baixa médica, porque foi a única alternativa que lhe permitiu não trabalhar, após 2 juntas médicas lhe terem recusado o pedido de reforma antecipada.
A Mariana tinha um cancro.
A Mariana foi a essas mesmas juntas médicas enquanto andava em quimioterapia e mesmo assim, viu o pedido recusado.
A Mariana era mãe de um dos meus melhores amigos. Poderia ser minha ou de qualquer um de nós.

A Mariana faleceu esta semana, vítima de cancro.

E finalmente teve o descanso merecido (ainda que de uma forma indesejada)...

Para mais informações, consultar em baixo a música ""Agnus Dei" (live at Central Park)" de Rufus Wainwright.

11 comentários:

João Roque disse...

Bonita homenagem não só à mãe de um amigo, mas também a uma pessoa que foi vitima de uma terrível injustiça profissinal: que tristeza...
Abraço.

gaZpar disse...

E assim vai o nosso país...
abraço!

Anónimo disse...

Há várias Marianas por aí. O que só me faz vomitar de nojo pelo individualismo e o neo-liberalismo que campeiam por cá. Este país não é para doentes.

gaZpar disse...

Eu diria antes que este país está cheio de doentes... mentais!

TUSB disse...

há uma falta de humanidade nas juntas médicas, é vergonhoso...

gaZpar disse...

Uma equipe de sapateiros faria o mesmo trabalho...
mas por outro lado em abono da classe médica, não podemos esquecer que estas equipes não são autónomas e estão sujeitas a influências e decisões políticas...
A decisão muitas vezes vem de cima...

Tongzhi disse...

Mais que triste, estas situações a mim revoltam-me e têm uma influência enorme no modo como estou a começar a encarar o desempenho profissional...

gaZpar disse...

Não te preocuopes que com o aproximar das eleições, logo dão uma "lavagem" nisto e saem como "benfeitores" da sociedade... ;-)

Aequillibrium disse...

fico triste...
por todos os motivos...

:(

Will disse...

Não há como não nos entristecermos...Até porque a Mariana não é a única :(

PS: Adoro este tema de Rufus...

gaZpar disse...

Aequillibrium: Pois... enfim. Era um desfecho inevitável.

will: Não será a única não senhor... infelizmente.
Sim. Acho este tema lindo e pareceu-me bem adequado para a situação.

hugzzz