29/04/2006
Monstros
Tenho medo da história, das pessoas, de nós, deles e de outros como nós.
Que me fechem no escuro dentro deles e de nós.
Que me cubram de sensatez deformada, alterada por qualquer acção mal intencionada.
Que nós os aceitemos e não questionemos, combatemos.
Os aceitemos. Os seguiremos. Os não aceitemos ou seguiremos. Nós decidiremos.
Nós? Alguns de nós pelo menos.
Monstros.
Tenho medo que eles nos façam a história e clamem vitória.
Isso sim é assustador, aterrador e algo compremetedor.
Monstros? Esses vão ao cinema ver os humanos.
Assustados com o irreal, pois o mal real já lhes é banal.
Monstros? Não existem.
Humanos? Tenho medo.
Mãe?
Para mais informações sobre monstros humanos e histórias desumanas, consultar o melhor filme de terror dos últimos anos: Silent Hill.
Até porque os monstros não são aqueles que o parecem!
Já vi. Reflecti e aqui transcrevi!
25/04/2006
O meu poema simples IV: Porque
Porque me fazes sentir bem.
Porque estou bem.
Porque sim.
Porque
sim.
.
19/04/2006
Dúvidas existenciais V: O caso dos coelhos da Páscoa
Tenho uma dúvida existencial...
Chega a época da Páscoa. Os coelhinhos põem ovos de chocolate para regalo dos petizes e seus pais. Há de tudo. Ovos pequenos, grandes, recheados para fazer crescer os desdentados.
Mas espera... os coelhos fazem o quê? Põem ovos de chocolate?!!
COELHO - do Lat. cuniculu; s. m., Zool., animal mamífero da ordem dos roedores.
CHOCOLATE - do Cast. chocolate; s. m., pasta alimentar que se prepara com cacau, açúcar e outras substâncias.
OVO - do Lat. ovu; s. m., Biol., corpo formado no ovário e em que se encerra o germe do novo animal e líquidos destinados a sustentar esse germe, durante o período de incubação. (In Dicionário de Língua Portuguesa Online).
Ora bem. Se um animal como o coelho põe ovos de chocolate, significa que dentro dele deverá existir o germe do novo ser (vulgo, chocolate). Para esse germe existir, deverá o coelho ter sido injectado (vulgo, espermatizado) com a pasta alimentar achocolatada que servirá de base ao seu desenvolvimento. Tudo isto ocorrendo por obra de um milagre pascal (vulgo, tretas).
Ai coelhinho, coelhinho... andás-te a ser fodido por uma barra de chocolate não foi? Seu doido!
P.s. - Só não percebo qual é o papel de Jesus nesta história!?... Hmmmmm...
16/04/2006
Que será de mim sem teeth?
Quando apareceste na minha vida perguntei: o que fazes aqui? Não precisava de ti, mas aos poucos tornáste-te parte dela. Estavas lá. Sempre lá.
Agora? Agora tenho saudades.
Fiquei ligado a ti depois de te teres desligado de mim.
Doeu quando te foste embora.
Um buraco em mim ficou.
Arrancaram-te da minha vida sem eu nada poder dizer.
Disseram-me: É preciso. É para o seu bem.
Ja não sinto a tua presenca. Falta-me algo.
Não sei o que vou fazer sem ti... Meu querido dente do ciso!
Outros especialistas mais ou menos dentistas em:
Nine Inch Nails - With Teeth
Wilco - Summer Teeth
Sparklehorse - Sea of Teeth
Devendra Banhart - Lend me your teeth
Death Cab for Cutie - Crooked Teeth
Tindersticks - Milky Teeth
Supergrass - Kick in the Teeth
Fischerspooner - A Kick in the Teeth
13/04/2006
gaZpar diz que é apoiável: Sobre os downloads de música e afins
A indústria continua viva e os autores continuam a criar.
Como em tudo há que ser responsável.
Faço downloads sim, porque me permitem conhecer autores/bandas que de outra forma não poderia, já que as rádios perderam essa função.
Aqueles que realmente gosto, compro! Considero-me um pirata responsável.
Gosto de ter um formato fisico das coisas que gosto (nunca poderei substituir os originais e bem conceptualizados albuns dos Radiohead ou Massive Attack entre outros, por uns ficheiros mp3 algures enfiados no meu computador).
Quando somos realmente fãs, respeitamos o artista.
Se calhar há tantos downloads ilegais porque são poucos os artistas bons o suficiente para que ganhem o nosso respeito! É um problema de qualidade, não do formato!
E não me venham dizer que o que é bom são as plataformas legais como o Itunes... as palavras "monopólio do mercado" e "anti-democrático" vêm-me à cabeça. É óbvio que lhes convém que alguns downloads sejam ilegais...
Pronto sapinho! Podes sair da garganta que eu não te vou engolir!
11/04/2006
Pensamentos caústicos VIII
E assim vai o mundo democrático...
Para mais informações sobre o estado do mundo consultar:
Jamiroquai - Virtual Insanity
04/04/2006
gazpar diz que é apoiável: Pedro Tochas e o estado da cultura
Pensei se haveria de colocar isto aqui ou não. Decidi-me por o fazer!
Sendo eu membro da mailing list do Pedro Tochas, o tal dos anúncios do Frize (que infelizmente é o único trabalho porque é reconhecido) ou para mim um dos ou mesmo O melhor stand-up comediant português (o trabalho pelo qual devia ser verdadeiramente reconhecido) e tendo recebido isto, decidi partilhá-lo.
Melhor demonstração de como está a cultura portuguesa é difícil. E não só a cultura... debato-me com a mesma questão que o Pedro ao nível da minha carreira académica/científica!
Aqui fica o email transcrito na íntegra e o meu apoio.
Estou numa fase muito "interessante" da minha carreira.
Por um lado, ganhei um prémio na Austrália com o espectáculo “O Palhaço Escultor”.
Por outro lado, sinto que em Portugal não tenho público para o meu trabalho.
Agora estou num dilema: qual deverá ser a direcção do meu trabalho?
Criar espectáculos para apresentar fora de Portugal, onde me dão valor,
ou criar espectáculos para o público português e ficar a trabalhar para o boneco?
Para mim não ter público é um problema muito grave.
Como eu não recebo qualquer apoio do estado, o público é que me paga o ordenado
com os bilhetes que compra; nem todos podem criar coisas sem pensar no
eventual público que vão ter, pois é... porque eu não faço cinema português!
Depois de pensar no assunto, chego à conclusão que em Portugal deve haver
umas 3000 pessoas que vão aos meus espectáculos num ano (estou a ser optimista, claro).
1500 em Lisboa
500 no Porto
500 em Coimbra
500 no resto do pais
(todas as estimativas por excesso)
Na Austrália tive mais do que isso num dia e ainda recebi um prémio.
Em Edimburgo tenho 400 a 500 pessoas por espectáculo, com um ou dois
espectáculos por dia, durante três semanas e meia.
Por muito que goste de Portugal, estes dados dão que pensar.
Quando se aproxima uma temporada no Teatro da Trindade, ainda penso mais nisso.
Será que vai aparecer alguém? Vou vender bilhetes que cheguem para pagar a sala???
Caso venda poucos bilhetes, posso concluir uma coisa: O sonho acabou...em Portugal.
Ou então começo a fazer filmes, 1000 espectadores para um filme apoiado pelo
estado em um milhão de euros é o normal.
Mas não, eu gosto de ter público, quero partilhar o meu trabalho com o mundo,
não gosto de fazer coisas só para um pequeno grupo de amigos. Por isso, agora é só esperar para ver qual é a adesão ao meu trabalho.
Desculpa o meu desabafo, mas cada vez que volto a Portugal, depois de passar
tempo fora, acontece isto:
Venho cheio de vontade de fazer coisas, de desenvolver novos projectos,
de partilhar o que aprendi, acima de tudo, regresso cheio de entusiasmo criativo.
Mas basta um dia….ler um jornal…..ver uns minutos de televisão (feita em Portugal)….
Olhar à minha volta e ver:
Um País que é um paraíso para a corrupção e os corruptos, onde o povo os apoia e até os elege para cargos públicos.
Um País onde o sistema jurídico simplesmente não funciona, mas onde o povo gosta de seguir as novelas legais.
Um País onde os chico-espertos são valorizados e os competentes desprezados.
Um País onde nunca ninguém é responsabilizado por aquilo que faz, porque isso é coisa dos outros.
Um País onde a esperança num futuro melhor é coisa do passado.
E todo esse entusiasmo desaparece.
Ainda por cima, quando fora deste país as coisas funcionam.
Mas mesmo assim, vou tentar mais uma vez.
Vou fazer uma nova temporada no Teatro da Trindade.
Será a ultima?
Não sei, mas como a venda de bilhetes está a decorrer, é o mais certo
Vou terminar com o que digo sempre que acabo um espectáculo de rua por esse mundo fora:
"My name is Pedro.
I am from Portugal.
This is what I do for a living,
I am a Street Performer,
and my job is to make people smile."
Haverá em Portugal mercado de trabalho para quem somente quer fazer sorrir?
;)
01/04/2006
Agora que posso voar/Butterfly Caught - Massive Attack
Agora que posso voar, sinto-me aprisionado pelas circunstâncias, pelas inconstâncias da vida.
Já não sou crisálida. Saí do meu casulo e voei.
Mas sonhei a liberdade apenas para perceber que estava preso pela vida, pelo o que ela quer para mim, sem nada perguntar.
“Cuidado com o muro, lembra-te do vento, foge da rede! Podes ser livre e voar, mas... não te aproximes da luz porque ela pode queimar. Não queiras voar alto para não mais voltar. Não queiras ser diferente porque as tuas asas são iguais às de toda a gente. Não voes para longe pois o caminho de volta podes não encontrar.”
Sim, mas agora é tarde! A crisálida tornou-se mariposa e agora só quer voar, voar... veremos onde isto vai dar.
Massive Attack - Butterfly CaughtMassive Attack - The best of Massive Attack
Já à venda!