30/09/2005

My name is e-ru-e

Tenho um nome... todos temos.
Ouço um som familiar e volto a cabeça procurando o seu emissor. “Devem estar a falar comigo.”, penso eu.
Esse som já se tornou familiar, não o esqueci. Mas por alguma razão obscura, irracional ou sentimental, associada à minha figura, dou-lhe agora mais valor.
Deixei de ouvir esse som como antes... deve ser por isso que lhe dou valor.
Esse R que vem da garganta, esse U dos labios e esse I emitido algures entre ambos.
O R da garganta aqui não existe, no lugar dele vem primeiro um E. O I foi substituído por algo mais perceptível para eles… Eles.
Eles dizem: e-ru-e.
Eu também. Fui levado a isso. Perdi a batalha… mas não a guerra.
Alguém me sugeriu mudar de nome… até quem me concebeu e me acolheu no seu interior por alguns meses.
De facto, podia mudar o meu nome, mas isso mudaria a minha identidade. Tornaria-me outra pessoa, outro ser, ainda que com caracteristicas semelhantes. Não seria familiar, neste lugar em que o que é familiar me ajuda a passar as horas e relaxar.
Não! Esta é a minha guerra pessoal... o que sou, o que continuarei a ser. Mudar para o segundo nome seria tarefa fácil, mas não vivo de facilidades. Gosto do que é complicado, difícil, embrulhado.

E vou permanecer assim… neste estado continuado de nome alterado... mas não substituído!


Outras divagaçoes acerca do nome:
At the Drive In - Give it a name
Manic Street Preachers - What's my name
The Coral - I forgot my name
Depeche Mode - What's your name
The Beatles - I call your name
The Fall - A lot in the name
Talking Heads - (give me back my) name
Pedro The Lion - To protect my family name
The White Stripes - When I hear my name
Elliott Smith -
No name #1
Zeca Afonso - Chamaram-me cigano (porque não?)
Humanos - Maria Albertina

E... obviamente: Eminem - My name is (foi mais forte que eu...)

5 comentários:

Tongzhi disse...

Acho que deve até soar bem :)

lampejo disse...

Se bem que entenda o teu ponto de vista, somos nós que acabamos por associar o nome às pessoas, às coisas. Mudar, perder o nome seria como perder a identidade e nunca o carácter, a essência, o substrato interior o que realmente define uma pessoa...

gaZpar disse...

Ja pensei em chamar-me Maria Albertina ou Vanessa, mas os Humanos ja utilizaram esses nomes...
Sim, manteria o caracter, mas a identidade seria... modificada.

Anónimo disse...

E vá lá que não tens nenhum ditongo pelo meio! Eles vêem-se à rasca para os pronunciar e sai sempre "arrevezado", cheio de "au" e "ou". ;)

gaZpar disse...

Sim. Tem qualquer coisa de intergalactica... posso usar nas minhas viagens pelo universo. ;)